“E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1Jo 4,16.)
Esta afirmativa de São João motiva-nos a crer
“O amor jamais passará” (ICor 13,8a.). Este amor é eterno, pois Deus nos ama na sua condição divina, e não como um homem, conforme (Oséias 11,9b.) “Eu sou Deus, e não um homem”. E por ser eterno esse amor por nós “...mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, meu amor nunca vai se afastar de você” (Is 54,10a.). Quando percebemos que fomos abandonados por todos e com mesquinharias afastaram-se, permanece em nós o amor de Deus, por que ele é um Pai zeloso, que cuida de seus filhos mesmo quando estes não o procuram, quanto mais se nós nos abandonarmos nesse amor.
Pois se nos abandonarmos no amor de Deus, e com amor de filhos amarmos a Ele, passaremos a compreender que a vida tem um sentido melhor do que quando nos foi apresentada pelo mundo secular, onde se apresenta a felicidade como busca dos bens materiais, que com o tempo se acabará e logo terá que começar uma nova busca. O amor de Deus é eterno e não se acaba por isso a vida do cristão passa a ter um sentido próprio de realização, porque como na parábola do filho pródigo, o Pai nos dirá: “este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” (Lc 15,24a.).
Deus é Pai, e se somos seus filhos nos tornamos irmãos de Jesus. É com esta graça que recebemos através da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, que podemos chamar a Deus como carinhosamente uma criança clama por seu Pai: “...mas recebeste o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm. 8,15b). Já não erguermos a voz somente para dizer, Adonai ou então El-Shadai, mas com o espírito de adoção que recebemos agora podemos dizer Papai Querido, meu Papaizinho este amor que Ele manifesta por nós, leva-nos a ter uma intimidade com esse Deus que é Pai.
Na Parábola do Filho Pródigo, o Pai carinhosamente manifesta o desejo de acolher o filho que estava perdido e o convida para um grande banquete cf (Lc. 15,23-24). Este banquete é certamente um convite pessoal do Pai para que nos tornemos íntimos seus, pois o Pai sempre está disposto a acolher seu filho e novamente introduzi-lo no seio da família.
Abandonemo-nos, portanto, no amor de Deus e deixemo-nos ser amado por Ele.
Diego da Silva Mourão
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